Plano Diretor prevê
diminuição de áreas verdes em Sorocaba
Quanto maiores os limites impostos pelas leis de proteção
ambiental, mais os investidores deixam de ganhar
Sorocaba, interior de São Paulo, tem cerca
de 637.000 habitantes de acordo com
dados divulgados pelo IBGE. Em novembro
de 2014 foram aprovadas várias emendas do Plano Diretor da cidade. Uma que
causou muita polêmica foi o projeto de lei 178/2014 que previa reduzir as áreas
verdes do município, uma diminuição 17% para 14% da zona rural.
De acordo com a professora e bióloga Vanessa Mendes, todas as
cidades devem ter zonas verdes não só pela fauna e flora, mas pelo bem estar de todos. “Parcelamento do
solo urbano, estabelece regras para loteamentos urbanos que são proibidos em
áreas de preservação ecológica, terrenos alagadiços e onde a poluição
representa perigo à saúde. Caso haja áreas verdes em Sorocaba, essas devem ser
protegidas. Se algum empreendimento prevê a construção de mais de mil casas
deve ser feito o EIA (Estudo de Impacto Ambiental)”, explica.
As zonas verdes que não forem preservadas correm risco de
animais de grande porte migrarem para áreas habitadas pelas pessoas,
ocasionando acidentes. Muitas vezes o
desmatamento acontece por conta de interesses de investidores do ramo
imobiliário, por exemplo.
Segundo a lei 13.580/2009, toda cidade deve ter vários pulmões
e se há córregos e rios o espaço necessita de proteção redobrada, mais cobertura
vegetal, preservação de mata ciliar para preservar a integridade de rios e de
encostas.
Rio Sorocaba
Foto: Jessé Miantti
Os locais devem ser em pontos estratégicos, para purificar o
ar, refrescar, dar sombra e aspecto visual. Só que isso atrapalha o
desenvolvimento de certas atividades industriais. Assim, de um lado há
interesses da população, à preservação. E do outro, dos investidores e
empresários que deixam de ganhar por conta de limites impostos pelas leis de
proteção ambiental.
Muitos moradores afirmam que as novas emendas danificam as
zonas verdes de vários bairros de Sorocaba. “O Plano Diretor atual está
prejudicando o meio ambiente, reduzindo a área agrícola em bairros como
Brigadeiro, Éden, Jd. Astro, para investir em construções”, diz a estudante Ana
Carolina Bertolucci, que na época acompanhou as decisões tomadas sobre o Plano.
Ainda segundo a bióloga Vanessa, a população deve mostrar
mais interesse em discussões que tem como objetivo o bem comum. “As pessoas
devem ter informação e ser conscientes. Participar das decisões, demonstrar de
alguma forma não estarem satisfeitas com os equívocos de alguns governantes”,
afirma.
Entramos em contato com a Secretaria do Meio Ambiente de
Sorocaba e por enquanto não obtivemos resposta.
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